sejam bem- vindos!

9 de dezembro de 2012

entrevista com claudia cenci

1)À quanto tempo você dança?
    Há 20 anos

2)O que te motivou a começar a Dançar?E quando você teve certeza que era isso que você queria para o seu futuro? 

     Comecei meio por acaso para aprender algo novo e quando vi estava apaixonada por essa dança. Tardei uns dois anos em começar a dançar profissionalmente, apesar da motivaçao constante por parte da Samira. Eu comecei a fazer aulas de derbacke con o Gege Mouzayek e de snujs com Samir Mouzayek. Ia toda semana na loja do Tony e adorava aprender com eles muita coisa sobre dança do ventre, eles me mostravam videos, músicas e me diziam como uma bailarina deve ser. Tony sempre me ajudou muito, indicando muitas alunas para fazer aulas comigo. Uma manha, Samir me liga perguntando se eu queria dançar no Club Homs, pois viria um cantor árabe da Argentina e a bailarina que o acompanhava nao podia vir. Eu disse que sim, embora estivesse morrendo de medo, nao tinha nenhuma experiência em dançar com música ao vivo, enfim, estava em pânico!!! Nao tinha uma roupa super bonita mas passei a tarde inteira melhorando o visual de uma única roupa que eu tinha... Passei o dia inteiro super ansiosa, nao conseguia comer nada, mas muito feliz porque ia fazer um show profissional pela primeira vez. Quando anunciaram meu nome eu literalmente fazia shimi de corpo inteiro de tanto nervoso, quando terminou a primeira música eu estava quase sem ar, pois ainda nao sabia administrar minha energia. Pouco a pouco fui me tranquilizando e pude desfrutar mais do show. O antigo dono do Salao de Festas do Club, Sr Moisés, me propôs que eu dançasse lá toda quinta-feira e depois desse dia nao fiquei mais em casa nenhuma noite dos fins de semana até começar a trabalhar no Clone. Quando comecei, sabia muito pouco de dança e do que é o mundo do espetáculo, minha principal escola foi a noite árabe de Sao Paulo. Sinto muita saudade dessa época, me divertia muito com meus amigos músicos e com as minhas companheiras de dança, foi uma época muito especial na minha vida. Posso dizer que graças ao convite de Samir Mouzayek eu entrei no mundo profissional, eu o considero meu "padrinho". Eu devo muito à familia Mouzayek inteira pois tanto os músicos, como suas esposas e filhos sempre me trataram com muito carinho. Quem também me orientou muito em meus princípios foram Omar e Olga Naboulsi, sempre oferecendo o melhor material para que eu pudesse estudar e crescer artisticamente. Tive muita sorte por encontrar gente muito legal no meu caminho, seria impossível dizer o nome de todas as pessoas a quem eu tenho uma especial gratidao, como Nabil Nagi, Tony Layoun, Samir Azar e muitos artistas mais.



3)Quem foi/ foram suas professoras?Que cursos você fez?Quais foram seus favoritos? 

    Minha primeira professora foi Yasmin Namu, ela surgiu em minha escola de ginástica oferecendo seu curso, me pareceu muito interessante, ela é uma bailarina maravilhosa e professora com muita didática, mas logo depois ela ficou grávida e deixou a Samira em seu lugar. Samira foi uma paixão à primeira vista, me emocionava muito ver-la dançar. Além do mais é um ser humano incrível, muito generosa em suas aulas, uma preciosidade. Mas eu não fiz aulas por muito tempo, creio que não cheguei a 6 meses de aulas em total. Depois surgiu a oportunidade de dar aulas então eu comecei a estudar por minha conta, com os vídeos de bailarinas que eu comprava na loja do Tony Mouzayek e com o Omar Naboulsi. Naquela época não existia YouTube, infelizmente, sniff... Fiz alguns workshops com Samara, Shokry, Camélia, Raqia Hassan, Zaza Hassan, Mo Geddawi, Tamalin Dallal, Soraya Zaied, Orit, Yousri Sharif e vários professores do Festival de Inverno do Egito de Raqia Hassan. Não tenho um maestro favorito, cada um tem um encanto e algo bonito para aportar à nossa arte, amo a todos pois eles são parte da minha vida artística.

4)Quais são suas maiores inspirações?

    Sem dúvida Suheir Zaki e Fifi Abdo.



5) Você já sofreu algum tipo de preconceito,ou discriminação no meio da dança,ou de bailarinas particularmente?Como você lida com isso? 

     Graças a Deus, e eu posso dizer que sou muito abençoada por ALLAH, sempre tive uma boa relação com as minhas companheiras de trabalho, pelo menos do meu lado eu me sinto querida e respeitada.

6)Quais os principais benefícios que a dança te trouxe? 

   A dança abriu um mundo novo para mim, viajei a vários países, conheci muita gente legal, mudou completamente o meu destino.

7)Em algum momento durante sua carreira você pensou em largar tudo?

    A dança é como uma relação de amor entre um homem e uma mulher, há momentos de paixão, há momentos de amor, há momentos que queremos deixar tudo, mas a verdade é que não podemos viver sem a dança. Nunca tive uma vontade real de deixar a dança, é a minha missão na terra.

8)O que você acha que tem de melhor?Seu ponto forte!

    Eu acho que são as mãos, pelo menos é o elogio que eu mais escuto. Também falam muito da minha expressividade... Mas vou parar por aqui, senão vai parecer que eu "tô me achando", kkkkkkkkkkkkkkkkk



9)Nos conte um sonho de consumo,um sonho impossível,e um já realizado. 

   Sonho de consumo: um creme anti rugas da marca suíça LA PRAIRIE à base de pó de diamantes que custa 900 euroooooooos!!! Sonho impossível: trazer a minha gata "gatucha" de volta. Sonho realizado: Encontrar a felicidade nas pequenas coisas da vida.

10)Você é uma bailarina que tem uma bagagem enorme, uma experiência diferenciada, por ter contribuído muito para a divulgação da Dança do ventre no pais, a que você atribui isso?Como foi ser escolhida pra participar do Clone? O que isso mudou na sua carreira? 

     A minha carreira foi se construindo no meu dia a dia, não planejei nada, ia vivendo os desafios que se apresentavam diante de mim. Mas com certeza o fato de ser uma profissional séria e bem educada me ajudou muito, pois o que conta é o que a bailarina é fora do palco como pessoa. Bom, O Clone foi uma vivência incrível, aprendi muito, até hoje me surpreendo como as coisas que eu aprendi são úteis para mim. Que coisas são estas? Muitas, desde produção, cenário, figurino, interpretação, até coisas mais abstratas, muito difíceis de definir, mas que estão presentes em nossa vida o tempo todo. Não foi o fato de ser a coreógrafa e produtora das cenas de dança que mudou minha carreira e sim o que ficou em mim dessa experiência, posso dizer que sou uma profissional mais completa e madura depois do Clone.

11)Quais são seus projetos atuais e futuro? 

      Eu vivo em Madri há 8 anos e sinto que minha vida aqui já cumpriu um ciclo, tenho uma linda escola com meu marido, uma companhia de dança, uma grife de roupas para dança do ventre e um nome reconhecido na Espanha. Agora quero ampliar meus horizontes e como sempre vou trabalhar no Egito, cada vez mais me sinto inclinada a viver uma temporada lá, pois é um pouco complicado ir e vir, assim , a partir do Natal nos mudamos para o Cairo, isso inclui maridão, dois cachorros e uma parafernália de coisas que acumulei nesses 8 anos de Espanha, socorroooooooooooooooo! 





12)E pra fugir um pouco a regra nos fale de você:  Sua cor preferida,comida favorita,time de futebol,cantor preferido,um filme inesquecivel,uma pessoa muito importante.Como é a Claudia pessoa... 


      Minha cor preferida é o verde água ou turquesa claro, bom tenho um montão de roupas dessa cor (minha mãe me diz que parece que estou sempre com a mesma roupa kkkkkkkk). Comida favorita: pão de queijo e brigadeiro (aqui não tem, sniff). Time de futebol: Palmeiras. Cantor preferido: Tony Mouzayek, é claro!!! Filme inesquecível: não é um filme, era uma série de televisão, "Geannie é um gênio", graças a ela eu me tornei odalisca, queira viver em uma garrafa como a dela. Uma pessoa muito importante: sem dúvida meu maridao Luciano, meu companheiro de vida e meu melhor amigo, me apoia em tudo. Como pessoa eu acho que sou "do bem", trabalhadora, sensível e amiga dos meus amigos e da minha família, às vezes sinto não ter tempo para curtir todo mundo.

13)O que você acha dos concursos,selos,padrões?Eles realmente influenciam em algo?     

     Sempre é bom participar desse tipo de evento para que todo mundo te veja e conheça o seu trabalho. Os selos e padrões sempre dão um aval a mais para a bailarina, mas eu ainda acredito que o que vale é como nos comportamos no dia a dia, a seriedade e respeito pela nossa profissão, nada de estrelismos, muito pé no chão.


14)O que você acha,que tem de mais errado no mundo da Dança?Em que ponto ficam coisas a desejar?

      Não quero generalizar pois existe muita gente criativa no mundo da dança, mas eu acho que, em certos casos, se copia muito e se cria pouco. É normal estudar bailarinas para tirar algumas idéias, mas é necessário transformar essas idéias e criar algo exclusivo. Ser original não é fácil, eu sei, mas buscar esse diferencial é um objetivo muito importante na nossa arte. Por exemplo, hoje em dia muita gente dança igualzinho à Randa Kamel, há uns anos atrás era a Dina. Elas são maravilhosas, mas são únicas e uma cópia sempre será uma cópia.

15)O que vc pensa sobre o aumento de homens na dança,seja no folclore ou na dv propriamente dita? 

       Me encanta ver tantos grupos de homens dançando folclore, tem uma energia masculina muito bonita. Quanto aos homens que dançam a dança do ventre, alguns eu adoro pois são verdadeiros artistas, outros eu não gosto, mas não pelo fato de serem homens e sim porque eu não aprecio seu trabalho como artistas.



16)Qual o conselho que você daria a quem esta começando agora?
      Fundamental para mim seria:
1) Aprender o idioma árabe. Mudou completamente minha forma de dançar o fato de entender as letras das músicas, te dá uma expressividade muito bonita e a medida certa dos movimentos.
2) Apreciar a simplicidade, estudar as bailarinas antigas antes de estudar as da atualidade para ter uma boa base clássica, depois fazer coisas mais modernas. 
3) Desenvolver um estilo próprio de dançar, de vestir-se, de estar.  Somos únicas e devemos valorizar isso.
4) Ser feliz consigo mesma, não deixar que a competitividade te envenene, pois isso se refletirá na sua dança com certeza.
5) E não se esqueçam: assim como o céu, a arte da dança do ventre é infinita onde cabem muitas estrelas, não perca tempo criticando as outras, seja uma delas!!!

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O QUE É DRT?

DRTé um registro profissional tirado na delegacia regional do trabalho.
é errado dizer:"quero (ou tenho)drt!, pois na verdade você quer(ou tem)um registro profissional.
ter um DRT,como é dito no meio artístico,significa que o profissional está registrado na delegacia regional do trabalho.
por que preciso do DRT?
existe uma lei 6.533 criada em 1978,que regulamenta as profissionais serem contratadas como profissionais em trabalhos de TV,cinema,teatro ou publicidade é necessário ter o drt.
é preciso ir até um sated para retirar seu drt.

shimies

Segredos e Dicas sobre Shimies

SHIMIES, SHIMI OU SHIMMYS

“... Mas ela também conhece a doçura da corda com a qual está atando-o a seus pequenos e delicados dedos... então chega a hora do ÚNICO PASSO DE DANÇA QUE É VERDADEIRO E TRADICIONAL, CONHECIDO POR TODAS AS MULHERES EGÍPCIAS, O BALANÇO DOS QUADRIS E o casamento se incendeia em um fogo bem-aventurado. Nesta parte, os músicos tocam uma canção saudosa do folclore egípcio, o som dos Mizmar... Isto soa como acentos...”

Citação do Artigo de Hossam Ranzi para a Habibi Magazine.

Contou-me uma aluna, que em uma de suas viagens ao Marrocos, durante um passeio turístico com um grupo nômade magreb, o deserto a surpreendeu pela gama de cores camaleonicas durante a marcha da caravana.

Quando chegaram a noite ao acampamento, o Céu parecia não ter divisão com a terra, era como se as estrelas, caíssem como chuva sobre as cabeças extasiadas dos turístas. Quando todos estavam maravilhados com o espetáculo da natureza, ouviu-se o som dos tambores aquecidos nas fogueiras. Derbakes, dufs e tars, começaram a tocar seus sons ancestrais ecoando forte pelas areias.

Minha aluna, casada com um árabe, sentiu o chamado da dança em seu corpo. Dizia-me: _meus músculos pulsavam sozinhos, como se animados por uma força que me invadia. Infelizmente, tive que conter toda aquela explosão de sensações e não pude dançar, envergonharia meu marido desonrando-o perante seu povo.

Se reconheçe a qualidade da dança de uma bailarina pela reação do seu corpo ao som de um derbake.

Ouvindo e vendo um músico tocar o derbake, é que se aprende de verdade os movimentos dos Shimies que são comprovadamente o ÚNICO PASSO DE DANÇA reconhecido como o mais TRADICIONAL e ancestral da dança do ventre, executado ainda hoje com maestria pelas MULHERES EGÍPCIAS famosas por seus quadris soltos e vibrantes na dança.

Já ouvi de muitos árabes quando umabailarina apresentava um belo solo de Derbake: _ com certeza aprendeu com uma egípcia, não¿ Mal sabem nossos queridos árabes, qua as brasileiras trazem em sua alma todos os povos da terra e que nossos quadris todas as sabedorias femininas ancestrais.

DICAS E SEGREDOS DOS SHIMIES

A antigas bailarinas orientais, faziam cinturões com pequenos saquinhos de areia pendurados ao quadril, para que estes, através do peso, deixassem seus quadris alongados e soltos.

Ter quadril largo ou pesado, faclita o aprendizado dos shimies, o mais importante é a noção rítmica. Mas as bailarinas com quadris estreitos, não tem nenhum problema em executálos maravilhosamente.

O linhamento o alinhamento correto do corpo é ums dos grandes segredos das grandes bailarias. Movimentos de lateralidade também devem ser treinados.

É errado a aluna fazer o tremido como forçando demasiadamente os joelhos ou batendo os calcanhares".

O movimento errado traz consequências muito sérias: a bailarina poderá apresentar problemas nos joelhos, na articulação coxo-femural (onde os quadris, ou onde o fêmur se "encaixa" na bacia ) e na lombar.

A maneira mais segura não é nenhuma dessas. Os joelhos devem permanecer suavemente "dobrados" e o umbigo levemente projetado para dentro do ventre, a musculatura abdominal contraida dá sustentação auxiliar á coluna ajudando a protejê-la.

Existem shimies devem ser executados com os pés totalmente apoiados ao chão.

O movimento deve concentrar-se nos quadris, nas articulações coxo-femurais. As pernas fazem dão apoio ao movimento, os abdominais trabalham, a musculatura posterior das costas também. O importante é dissociamos" o tronco da pélvis , e deixamos a lombar "relaxada", assim as articulações coxo-femurais ficam liberadas.

È muito importante que as bailarinas (ou dançarinas como queiram) conheçam os rítmos que montam o solo de derbake, os músicos antigos mantinham a tradição de repetirem a mesma frase músical tocada por no mínimo 3 ou 4 vezes, assim ele desfiava a bailarina a executar a tradução do som em seu corpo com rítimos cada vez mais complexos. Os solos eram feitos sempre de improviso como um desfio entre músico e bailarina. A influência ocidental introduziu na dança do Ventre a criação coreográfica o que vem cada vez mais dimunuindo estes espetáculos de desafio entre bailarinas e músicos na sua dança.


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