Vivianne Cohen
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Giovana quis se aprimorar para não precisar de dublê |
As mulheres se entusiasmaram, os homens queriam fugir de qualquer maneira, mas não teve jeito. Convidada pelo diretor Jayme Monjardim, Claudia Cenci suou para ensinar ao elenco do núcleo árabe de O Clone os primeiros passos de uma dança pouco comum aos ocidentais. Desde maio, a bailarina, professora há dez anos, trocou São Paulo pelo Rio e tem se dedicado quase integralmente à novela. Além da preparação dos atores, Claudia é responsável pelas coreografias, figurinos e seleção dos bailarinos. Por isso, o tempo ficou curto para os shows que faz na capital paulista acompanhada de uma banda de músicos e dançarinos. A bailarina, que descobriu a dança do ventre em sua antiga academia de ginástica, fez 178 espetáculos ano passado e já chegou a se apresentar três vezes numa noite. Hoje, só tem datas disponíveis em sua agenda a cada 15 dias.
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Letícia Sabatella passava o dia a chá antes de mostrar a barriguinha nas cenas de dança: “É uma massagem, uma dança muito feminina”, diz a atriz |
A primeira aluna foi Giovana Antonelli. A atriz, praticante de balé clássico na adolescência, mostrou ter jeito. Disposta a aprender todos os segredos da dança do ventre, fez um pacto com Claudia de se aprimorar a ponto de não precisar de dublê. Giovana chegou a ensaiar dez horas por dia e até agora gravou todas as cenas. A primeira aula foi na casa do sogro, Rubem Medina. Vestida a caráter, a atriz nem se importou quando a família do marido, o empresário Ricardo Medina, parou para assisti-la. Ricardo, inclusive, foi seu maior entusiasta. Giovana se dedicou tanto que hoje poderia ser profissional. “Ela dança divinamente”, atesta Claudia.
Letícia Sabatella estava reticente. Mais por ter que mostrar a barriga do que por timidez. Antes das primeiras gravações, ela passava o dia à base de chá para emagrecer. Mas fez bonito. Além de dançar, Letícia aprendeu também a tocar pandeiro. “Ela é extremamente sensual, principalmente o seu olhar. E tem um bom ritmo”, diz Claudia. “Toda mulher deve fazer. É uma massagem, uma dança muito feminina”, entusiasma-se Letícia. Nívea Stelmann e Eliane Giardini também são alunas de Cláudia.
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Professora de dança do ventre há dez anos, Claudia cuida das coreografias, figurinos, seleção dos bailarinos, além da preparação dos atores. Ano passado fez 178 apresentações |
Com os homens, a história foi outra. Luciano Szafir, Antônio Calloni, Perry Sales, Stênio Garcia e Dalton Vigh só relaxaram depois que Claudia conseguiu convencê-los de que a dança árabe era viril. “Para o homem é mais complicado dançar por causa dos músculos”, explica. Esse foi um dos problemas para Szafir. “Eu não levo jeito”, insistia o ator. Foi um trabalho árduo para que ele se soltasse e aprendesse a usar o corpo para seduzir. A vergonha era outro obstáculo. O ator não deixava ninguém assistir aos ensaios. Certa vez, ele e Claudia praticavam num estúdio em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, quando um grupo de meninas que malhava na academia ao lado descobriu uma fresta na porta. Ao se deparar com olhares atentos, Szafir saiu correndo, sem sequer dar uma explicação à professora. “Hoje todos elogiam a aula. Mexi com a vaidade deles”, diz. Daqui a alguns meses, porém, o papel será inverso. É que Claudia, aluna de teatro há três anos, ganhou um papel na trama e vai entrar na segunda fase da novela.
Por enquanto, ela aproveita o bom momento profissional. Formada em jornalismo e com dois vídeos e um CD-rom à venda, Claudia lançará o livro A Dança da Libertação em novembro. Nele, conta como a dança do ventre ajuda a melhorar a auto-estima da mulher. Ela tem experiência própria, pois era uma adolescente bastante retraída. Aos 35 anos, 59 quilos e 1,67 metro de altura, exibe um corpo perfeito e esbanja autoconfiança. “Aprendi a me valorizar”, diz ela, que está solteira depois de um casamento de sete anos
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